sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Pílula do dia seguinte

A chamada pílula do dia seguinte é um contraceptivo de emergência que inibe a possibilidade de gravidez em caso da prática de sexo inseguro ou estupro, mas há muitas jovens tomando o medicamento com certa frequência, sem orientação médica e desconhecendo os riscos que isso representa para o organismo. 

Pesquisa efetuada pela Secretaria de Estado da Saúde revela que a cada dez garotas que vão à farmácia atrás da pílula do dia seguinte, pelo menos sete (76,7%) não receberam nenhuma orientação antes do uso.

O método de emergência despeja no organismo, de uma só vez, uma carga hormonal equivalente a uma caixa inteira de anticoncepcionais e o corpo cobra o preço por isso. Uma das consequências do uso freqüente é que o ciclo menstrual fica desregulado e, aí sim, aumenta e muito a chance de uma gravidez indesejada. Outro problema é que a adolescente, ao se apoiar no uso da pílula do dia seguinte, não usa preservativo durante as relações sexuais, expondo-se a doenças sexualmente transmissíveis, como a Aids.

No levantamento da Secretaria da Saúde, foram ouvidas 178 jovens com idades entre 14 e 18 anos e 35,8% delas admitiram já ter usado a pílula do dia seguinte. Dessas, 76,7% ignoravam os riscos associados ao uso. A pesquisa mostrou ainda que a anticoncepção de emergência é um método conhecido por 95% das meninas.

O que é e como usar

A pílula do dia seguinte é distribuída na rede pública de saúde como parte da política de planejamento familiar do governo federal, mas é importante a consulta ao médico para que o medicamento seja tomado corretamente e com cautela. O contraceptivo de emergência, cujo princípio ativo é o levonorgestrel, deve ficar reservado a um caso excepcional e ser usado até 72 horas após o ato sexual desprotegido.

Cada dose da pílula do dia seguinte, formada por dois comprimidos, equivale a meia cartela de anticoncepcionais. A taxa grande de hormônios é necessária para o corpo não fornecer as condições para a gestação. O primeiro comprimido deve ser tomado de preferência nas primeiras 24 horas, quando sua eficácia é maior, seguido de outra dose após 12 horas.

Ao serem ingeridas, as pílulas conseguem impedir que o espermatozóide fecunde o óvulo, porém, se isso já ocorreu, a pílula consegue inibir o óvulo para que esse não chegue até o útero, o que impede a gravidez. A Organização Mundial de Saúde defende a tese de que a gravidez só é considerada após a chegada do óvulo fecundado no útero, o que contraria a polêmica de que a pílula do dia seguinte tenha efeito abortivo. A pílula pode falhar em 15% dos casos.

Indicações e contraindicações

É indicada quando ocorre falha do método utilizado pela paciente (como ruptura de preservativo, deslocamento de diafragma, expulsão de DIU), em situações de estupro ou em caso de relação sem proteção (situação que deve ser evitada). 

A pílula é contraindicada se há suspeita de gravidez, em irregularidades menstruais, em uso anterior à relação ou em pacientes com trombose, hepatopatia, hipertensão arterial grave e outras patologias, que não podem ingerir medicação hormonal. Não há limite de idade para o medicamento, mas em mulheres com mais de 40 anos e em fumantes a pílula aumenta o risco de quadros tromboembólicos. Não deve ser utilizada durante o período de amamentação, pois poderá diminuir a quantidade de leite.

Riscos e abusos

Dores de cabeça, náusea, sangramentos, vômitos e irregularidade no ciclo menstrual são algumas das reações adversas provocadas pelo uso descontrolado do medicamento. Mas nada é tão preocupante quanto o fato de o método não prevenir a Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis. O uso repetitivo desregula o ciclo menstrual. É tanto hormônio que pode acontecer justamente o que a jovem está querendo evitar: uma gravidez indesejada.

Mirian Ribeiro


fonte: site médico 

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