sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Soneto de Fidelidade


De tudo, ao meu amor serei atento 
Antes, e com tal zelo, e sempre e tanto 
Que mesmo em face do maior encanto 
Dele se encante mais meu pensamento. 

Quero vivê-lo em cada vão momento 
E em seu louvor hei de espalhar meu canto 
E rir meu riso e derramar meu pranto 
Ao seu pesar ou seu contentamento. 

E assim quando mais tarde me procure 
Quem sabe a morte, angústia de quem vive 
Quem sabe a solidão, fim de quem ama 

Eu possa me dizer do amor (que tive): 
Que não seja imortal posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


(Vinicius de Moraes)

Nenhum comentário:

Postar um comentário