Ao longo do tempo, o Brasil consolidou-se como maior nação espírita do mundo.
A grande aceitação da prática espírita se deve à sua capacidade de articular elementos cultos e populares, onde uma pessoa de origem simples poderia incorporar figuras de prestígio. Muitos dos adeptos daquela época insistiam em assinalar como a nova religião andava em acordo com os princípios liberais e científicos em voga no período. Um exemplo claro dessa associação pode ser vista no fato de muitos republicanos e abolicionistas simpatizarem com o espiritismo.
O crescimento da doutrina espírita no Brasil ganhou novo fôlego, principalmente, ao surgimento de uma figura emblemática dessa religião: o médium Francisco Cândido Xavier, o Chico Xavier. Por meio de suas obras psicografadas, passou a popularizar ainda mais o espiritismo. Entre suas obras, podemos destacar “Brasil, Coração do Mundo Pátria do Evangelho”, onde ele narra a intervenção dos espíritos em diferentes acontecimentos da história nacional.
Um desdobramento religioso do espiritismo é a umbanda, considerada uma crença de origem brasileira. Mesmo não tendo os mesmos referenciais e práticas do espiritismo kardecista, alguns documentos da Federação Espírita de Umbanda constam a citação de obras do líder francês. As diferenciações entre as duas crenças acabaram gerando um amplo debate no interior das entidades espíritas, que preferiam estabelecer claramente as singularidades do umbanda e do espiritismo.
Ao longo do tempo, o espiritismo foi ganhando maior prestígio junto a diferentes classes e instituições. Em contrapartida, muitos dos cultos afro-brasileiros ainda sofreriam bastante com a desconfiança de órgãos de polícia. Um dos itens para explicar a maior aceitação do espiritismo se dá pela sua política assistencialista. A caridade, sendo ponto fundamental do espiritismo, acabou trazendo uma visão positiva sobre essa fé aproximada da razão.
Nas últimas décadas, o papel do Brasil frente aos rumos tomados pela doutrina espírita foi notório. Uma das mais interessantes afirmações desse papel central pode ser visto no fato de que pessoas de outras denominações simpatizam com o espiritismo. Talvez por isso, podemos compreender o porquê o Brasil é, e ao mesmo tempo, tem o maior contingente de praticantes do espiritismo e de denominações apáticas a essa mesma crença.
Por Rainer Sousa
fonte: escola brasil
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